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Neste ponto, vale a pena lembrar que na codificação da Doutrina Espírita Allan Kardec recebeu as orientações do que também chamou de “Espírito da Verdade”. Dezenove séculos separam os dois momentos. E continuou Wakan: “Quem se afastar da verdade padecerá muitas vezes, até que desperte do sonho que nada revela. Mas aquele que procurar em seu coração e encontrar o Grande Espírito, tudo terá da Terra e das estrelas do céu. Trago boas notícias para sua nação. Volte à sua tribo e diga ao seu povo para se preparar para minha chegada. Diga ao seu chefe para acender um fogo sagrado na tenda medicinal e aguardar”.
Então, o jovem caçador viu a moça subir de encontro à luz que brilhava no céu e que sumiu tão rápido que o tonteou. Com o coração disparado, ele correu de volta à tribo e tudo contou ao chefe e ao povo. Chifre Oco de Pé consultou aos anciãos e ordenou que fosse feito um pedido pela estranha mulher. Depois de quatro dias, eles viram a Mulher Búfalo Branco se aproximar, trazendo um fardo diante dela. Com seu lindo traje bordado, ela veio entoando uma canção sagrada: “Com um sopro visível eu caminho. Uma voz eu envio, enquanto caminho. De maneira sagrada, eu caminho. Com pegadas visíveis, eu caminho. De um jeito sagrado, eu caminho”.
O chefe Chifre Oco de Pé convidou-a para entrar na tenda medicinal. Ela aceitou e circulou o local no sentido do Sol, por sete vezes. Todos sentiam que ela orava enquanto andava, em profunda reverência à Terra. O chefe, humildemente, lhe disse: “Irmã, nós estamos felizes que você tenha vindo nos instruir”. Ela lhe disse que o fogo simbolizava o amor que arde para sempre no coração do Grande Espírito. “Cada coração tem este mesmo fogo. Cada um é um ser único. A tenda é feita de muitas peles. São os muitos corpos de cada um de vocês. A tenda é o corpo e o fogo, o coração. Há coisas mais preciosas do que a carne e a água. Vocês se esqueceram disso. Afastaram-se da verdade. Eu venho lhes recordar o princípio, de antes de virem para cá. Eu lhes trago a memória que os fortalecerá para os tempos que estão por vir. Eu vim como o fogo do céu que os fez nascer nesta terra”, explicou Wakan.
A mulher lhes ensinou como usar o cachimbo sagrado, mais uma vez andando ao redor da tenda do mesmo jeito que o Sol circula no céu — “isso representa o círculo sem fim, a volta sagrada e a estrada da vida”, disse. Acendeu o cachimbo com uma lasca seca e aquele foi o fogo sagrado, a chama a ser passada de geração a geração. Ensinou ao povo o modo certo de falar com o Grande Espírito, com canções de palavras sagradas [Mantras]. Disse a eles: “Com este cachimbo sagrado, vocês caminharão como uma prece viva. Com seus pés descansando sobre a terra e a haste do cachimbo alcançando os céus, os seus corpos formam uma ponte viva entre o ‘Sagrado Abaixo’ e o ‘Sagrado Acima’. O Grande Espírito sorri para vocês porque, agora, somos um: terra, céu, todas as coisas vivas, os seres de duas pernas, os de quatro pernas, os de asas, as árvores e as ervas”
ANTES DE AS ESTRELAS COLIDIREM
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